Visita Cultural à Cia das Artes

Em atendimento aos propósitos da unidade de Itinerários Culturais, quais sejam, segundo Projeto Pedagógico, intensificar o contato com fontes variadas da cultura a fim de enriquecer a bagagem conceitual e a experiência estética do acadêmico, a 1ª turma de Bacharelado em Letras da UEMS-Campo Grande visitou hoje, terça-feira, 16 de agosto de 2011, o espaço Cia das Artes, acompanhados pela Profa. Lora Bertolucci e ciceroneados por Villie Jr, um dos responsáveis pelo Ponto de cultura, devidamente reconhecido pelo Ministério da Cultura.

Sob a perspectiva de conhecer ambiente onde se processa a cultura, desmistificada de conceitos hierárquicos de valores, os acadêmicos Alfrânio, Cirleide, Gláucia, Janaína, Maiara, Natália, Rosana, Thalita e Wanderson puderam tiveram a oportunidade, conforme estabelece diretrizes pedagógicas do curso, de relacionar conhecimento conceitual, aprendido em sala, com acontecimentos efetivos da realidade social, tendo como pano de fundo a dinâmica de contínuo movimento entre teoria e prática, pontos aglutinadores dos saberes, de forma a ampliar suas formações básicas em cultura local, recebendo bagagem cultural que poderá ser articulada com saberes científicos.

Além dos aspectos culturais da visita, também foram apresentadas características técnicas e formais que embasam a estrutura orgânica de órgão voltado à atividade cultural. Previamente, um projeto deve ser elaborado levando-se em conta a ponderação acerca da viabilidade de ideias, a identificação de público-alvo e a busca de parceiros. E, periodicamente, em concordância com os requisitos legais, o controle de ações e a prestação de contas devem ser apresentados, de modo a assegurar a fidedignidade dos trabalhos e garantir a efetividade do que fora proposto.

A Cia das Artes, consoante seus idealizadores, é organização que trabalha arte como instrumento de transformação da sociedade, unindo vertentes artísticas como artesanato, música, teatro, entre outras. É fomentada pelas esferas federal (Ministério da Cultura), estadual (Fundação Estadual de Cultura) e municipal (Fundação Municipal de Cultura). Atrelada à máxima “a cultura está onde o povo está”, promove, gratuitamente, oficinas de arte, chanceladas pelo Ministério da Cultura, expõe e apresenta seus trabalhos nos mais diferentes espaços.

Nosso guia, Villie Jr., músico autodidata e acadêmico de Direito, ademais de coadministrar o estabelecimento, juntamente com uma das fundadoras, Ramona Rodrigues, teatróloga, incursiona por terrenos outros, mais relacionados aos bastidores dos palcos, como técnicas de teatro (efeitos especiais, sonoplastia e trilha sonora). Atua também em temas relacionados a patrimônio histórico cultural (de teresopolitano de nascimento a sul-mato-grossense por opção), levantando informações acerca do Bairro Cabreúva (antigo Cascudo) e as Ruas Curupaiti e Laguna, onde está localizada a companhia artística, quando Campo Grande ainda era gestada, sendo o local um entreposto de descanso de boiada às margens do Córrego Segredo e “cascudo” a alcunha dada aos transeuntes da região que, em épocas de aguaceiro, traziam  barro aos cascos e às solas.

Finalizado o passeio, toma-se a cultura como elemento do conhecimento e a arte como expressão da trajetória humana, concorde estabelecido em Projeto Pedagógico, cultura concebida como conhecimento, no centro e não paralelo ao saber, articulando saberes arrolados, de forma neural, possibilitando o exercício da apreciação de arte desprovida de preconceitos ou estratificação em camadas de importância ou de valores. 

 Gláucia Beretta - Acadêmica do
2o ano de Letras - UEMS Campo Grande